1. Os ovos férteis (galados) que geralmente são colocados no mercado, são aqueles que não passaram no controle de qualidade como, por exemplo, os ovos com problemas de casca e má formação e/ou também excederam o prazo de estocagem nas câmaras frias. São comercializados também em algumas empresas, os ovos galados que eventualmente são depositados fora do ninho pelas matrizes (ovos de cama) e constituem-se em um problema para os incubatórios, pois os mesmos possuem uma carga de contaminação elevada e podem eventualmente contaminar os ovos bons dentro das incubadoras reduzindo a eclosão.
2. As aves replicam salmonela e outras bactérias via esterco e também no ninho, tanto que A salmonela é muito mais problemática em frango de corte que em ovos comerciais.
3. Os produtos usados para desinfetar os ovos galados são a base de formol, portanto, são altamente prejudiciais ao consumo humano.
4. As condições de estocagem destes ovos podem determinar o surgimento de embrião, levando o problema ao consumidor e denegrindo a imagem do ovo como alimento.
5. As empresas que comercializam este produto são de fato empresas de grande porte e algumas produtoras de pintainhos de postura, fazendo com que isso não seja uma ajuda social e sim determina à lei do mais forte.
6. O consumidor paga o mesmo valor pelos ovos galados, ou seja, o mesmo preço de ovos oriundos de granjas fiscalizadas, porém, a entrada destes ovos que são “descartados” no mercado, determina a baixa de seu valor comercial pelos atacadistas, prejudicando os produtores que estão em conformidade com as normas de vigilância sanitária.
7. A clandestinidade, não somente de ovos, é estimulada, pois a maioria dos vendedores são ambulantes e comercializam na rua os ovos provenientes de grandes atacadistas, muitas vezes sem as devidas condições de higiene e conservação.
8. As empresas incubadoras podem descartar estes ovos férteis comercializando-os com as indústrias de ovos em pó, no entanto, atualmente, pelas condições de sobre oferta causadas pela redução de produção, devido à redução das exportações, os preços pagos por estas empresas processadoras é muito baixo. O que observamos então é que as empresas que produzem pintos de corte preferem “atrapalhar” o mercado de consumo de ovos “in natura”, despejando o seu descarte em grandes atacadistas e no mercado final.
9. A lei federal impede que ovos destinados à incubação sejam comercializados para consumo, pois existe uma série de exigências e regulamentações propostas pelos serviços de inspeção (federal, estadual, municipal), no entanto o que se observa é que os incubatórios e integrações estão desrespeitando os órgãos que fiscalizam esta atividade, muitas vezes os próprios frigoríficos tem ciência das dificuldades de infra-estrutura dos serviços de vigilância sanitária.
Resumindo
Quem paga é o mais fraco, que somos nós produtores de ovos comerciais, temos que reduzir o preço do produto a patamares abaixo do custo em plena safra. Mas também perde a população, pois consome um produto de qualidade inferior. O governo também perde, deixa de recolher impostos e gasta em saúde pública para curar pessoas com problemas de contaminação, muitas vezes sem saber o quem foi o causador.